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Sofia subiu os degraus estreitos da torre do sino com passos decididos, mesmo que o som do vento e dos trovões ecoasse como advertência. Cada degrau era uma luta contra o medo e a dúvida, mas havia algo mais forte guiando seus pés: a certeza de que sua luz era necessária. Lá do alto, a vila parecia pequena, silenciosa, à mercê da tempestade que avançava sem piedade.

Assim que alcançou o topo, estendeu o braço com firmeza, elevando a lamparina em direção ao céu tempestuoso. O vento quase apagou a chama, mas ela resistiu — e brilhou com ainda mais intensidade. A luz amarelada rompeu a escuridão ao redor, como se abrisse caminho entre as nuvens densas e os relâmpagos furiosos. A vila lá embaixo continuava mergulhada na escuridão, mas agora havia um ponto brilhando no alto, como um farol de esperança.

Sofia manteve os olhos fixos no horizonte, com o coração acelerado e a alma firme. Não sentia mais solidão, nem medo. Naquele momento, compreendeu que sua missão era iluminar, mesmo que ninguém estivesse olhando. A luz que carregava era pequena diante da vastidão da noite, mas era verdadeira — e às vezes, é tudo o que basta.